1 de junho de 2010

Indústria acomoda-se em abril, cenário é de expansão

(Reuters) - A produção industrial brasileira registrou em abril a primeira queda mensal desde novembro, em uma acomodação do setor liderada por bens semi e não duráveis, e não em uma reversão da tendência de recuperação recente.

O recuo foi mais ameno do que o mercado esperava e economistas disseram que o setor voltará em breve ao terreno positivo, mas em um ritmo mais sustentável, abaixo do visto no começo do ano.

A queda da atividade foi de 0,7 por cento em abril ante março. Sobre abril de 2009, quando a economia estava abatida pela crise mundial do crédito e a base de comparação é fraca, houve salto de 17,4 por cento, a quinta taxa positiva de dois dígitos seguida, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

"A leitura dessa queda é de uma acomodação da atividade industrial após sucessivas altas", disse a jornalistas o economista do IBGE, André Macedo, ao lembrar que de dezembro de 2009 a março desse ano o ganho acumulado foi de 6,4 por cento.

"Os demais dados da pesquisa, com exceção do indicador sazonal, indicam que não há uma inversão da trajetória ascendente industrial", acrescentou ele, ressaltando que a média móvel trimestral subiu 1,4 por cento entre abril e março e que o acumulado em 12 meses até abril teve alta de 2,3 por cento, a primeira desde janeiro de 2009.

Segundo Macedo, a forte revisão no dado de março, de alta preliminar de 2,8 por cento sobre fevereiro para 3,4 por cento, também empurrou para baixo o desempenho de abril. "A mudança no resultado ocorreu devido a revisão de dados de informantes em bens de capital, em especial no setor de informática."

Com a revisão, março passou a ser o ponto recorde de alta da produção da indústria ao longo da série histórica iniciada em 1991. Até então, o pico da atividade tinha sido registrado em setembro de 2008, mas em março desse ano a produção ficou 0,5 por cento acima do recorde.

O dado é divulgado a uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve elevar a taxa de juro pela segunda vez consecutiva, em meio a uma economia bastante forte e a uma deterioração das expectativas de inflação.

Mesmo que os analistas prevejam que a economia seguirá em expansão, mas em acomodação, como mostrou o número da indústria, o Banco Central manterá o aperto monetário para assegurar o cumprimento da meta de inflação depois de uma série de estímulos à economia em meio à crise de crédito de 2008.

"A produção veio melhor que o esperado, mostrando uma queda mais amena em abril. A revisão para cima de março aponta para um resultado ainda melhor, especialmente levando-se em conta o patamar da produção industrial. Nos próximos meses, esperamos que a produção retome sua tendência de alta, embora em um ritmo menor do que no primeiro trimestre", afirmou o Citibank.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do CM Capital Markets, ressaltou os pontos fortes da produção industrial que contrabalançam, em parte, o dado geral negativo.

"Apesar da queda na margem, o cenário prospectivo para a indústria permanece positivo. A manutenção dos investimentos em ritmo alto sugere confiança do empresariado na economia... A expectativa é que, mesmo com a retirada dos incentivos fiscais, a produção deverá continuar se expandindo nos próximos trimestres, oferecendo suporte para o crescimento econômico do país", disse ele.

SETORES

Em abril sobre março, a produção caiu em 12 setores, avançou em 14 e ficou estável em um. Os destaques de queda foram Bebidas (-11 por cento), Celulose e papel (-6,1 por cento), Outros produtos químicos (-3,5 por cento) e Máquinas para escritório e equipamentos de informática (-11,3 por cento).

Entre as categorias de uso, na comparação mês a mês apenas a produção de bens de consumo semi e não duráveis, bastante voltada para o mercado interno, teve queda, de 0,8 por cento, após quatro meses de alta.

"Também parece ser uma acomodação", disse Macedo, do IBGE. "Essa queda não muda em nada a importância do mercado interno para a trajetória ascendente da indústria."

As demais categorias cresceram: bens de capital com avanço de 2,4 por cento, o 13o seguido, e bens intermediários e de bens de consumo duráveis com avanço de 0,5 por cento cada.

Em relação a abril de 2009, houve crescimento da atividade em 25 dos 27 setores pesquisados e em 73 por cento dos produtos pesquisados. Destacaram-se os crescimentos de Veículos automotores (32,2 por cento), Máquinas e equipamentos (47,8 por cento) e Metalurgia básica (30,7 por cento).

Todas as categorias de uso tiveram aumento da produção ano a ano. Bens de capital foram o destaque com salto de 36,3 por cento, seguidos por bens de consumo duráveis (20,9 por cento), bens intermediários (17,8 por cento) e bens de consumo semi e não duráveis (7,9 por cento).

A linha marrom, que incluiu TV, rádio e som, avançou 82,4 por cento ante abril de 2009, devido ao efeito Copa do Mundo.


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FONTE: http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE65004220100601?pageNumber=1&virtualBrandChannel=0

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